A janela de oportunidade é curta, 10 a 20 anos, e a tarefa é urgente: salvar o oceano e a sua biodiversidade, diminuir a poluição, preservar aquele que é um dos principais motores de funcionamento do planeta. Para Tiago Pitta e Cunha, presidente da Fundação Oceano Azul, essa é uma mensagem que deverá estar presente na Expo 2025 Osaka. “É necessária uma maior consciencialização da comunidade internacional que está representada nesta exposição mundial”.
Como vai ser a participação da Fundação Oceano Azul na Expo 2025 Osaka?
O papel da Fundação na Expo 2025 Osaka é levar o seu trabalho, na área do Oceano, e aquela que tem sido, nos últimos oito anos, a sua contribuição. Portugal é um país marcadamente ligado ao mar, que tem uma geografia que o distingue de todos os outros países da Europa. Só temos um vizinho terrestre e somos, de facto, um país em que o mar é determinante. Essa é também a marca portuguesa no Japão. Os barcos portugueses fazem parte do imaginário japonês e da maneira como nos veem. E a Fundação poderá contribuir para reforçar essa marca portuguesa.
Que trabalho tem sido desenvolvido no que diz respeito à sustentabilidade dos oceanos?
Essa questão daria para muitas horas de resposta. Basicamente, há uma tarefa urgente, que é salvar o que resta. Sabemos que há uma certa falta de perceção dos problemas que o oceano verdadeiramente enfrenta. O Oceano está gravemente em crise e é fundamental protegê-lo enquanto temos esta janela de oportunidade. Enquanto há alguma massa crítica de biodiversidade e de biomassa no Oceano. É fundamental preservar o que resta, e por isso o nosso papel tem sido o de trabalhar para facilitar a criação de áreas marinhas protegidas, que são áreas do mar onde os usos são restringidos ou banidos para que o oceano possa voltar a recuperar a sua biomassa e a sua biodiversidade.