O fado de Carminho e Camané, a Nova Lisboa de Dino D’Santiago ou a arquitetura de Álvaro Siza Vieira.
É por aqui que passa a representação portuguesa na Expo 2025 Osaka, que foi revelada esta quinta-feira, três meses antes do arranque da exposição mundial que acontece entre os dias 13 de abril e 13 de outubro, naquela cidade no Japão.
O investimento global da operação é de 21 milhões de euros, disse aos jornalistas a comissária-geral de Portugal na Expo2025 Osaka, Joana Gomes Cardoso, que tem a expectativa de atingir os 1,4 milhões visitantes no pavilhão português.
Portugal é um dos 161 países presentes na Exposição Mundial dedicada ao tema “Desenhar as Sociedades do Futuro para as Nossas Vidas”. A participação portuguesa na Exposição terá como tema “Oceano: Diálogo Azul”, contando com o envolvimento de mais de 150 empresas, associações, autarquias e artistas nacionais. No discurso, a comissária escolhida ainda pelo governo socialista descreveu uma “representação à altura com o melhor de que Portugal tem”, sublinhando que, no Japão, vai mostrar-se “um país que se calhar até em Portugal nem todos conhecem”.
“O país que vamos apresentar não é o país do séc. XVI que, aliás, os japoneses já conhecem bem. Também não é a pequena nação simpática da ponta da Europa”, fez questão de sublinhar. “Em Osaka, vamos apresentar um país que se calhar até em Portugal nem todos conhecem, um país cheio de autoestima, cheio de confiança, um pais líder com uma visão de futuro”, notou.
O pavilhão português, da autoria do arquiteto japonês Kengo Kuma, está ainda em construção e é esperado que no final de março esteja concluído. Trata-se de um pavilhão feito de cabos marítimos: “São mais de 9.000 cabos marítimos, redes de pescas, todos reciclados”, afirmou a comissária, que adianta que dos 184 dias de exposição, “160 já estão neste momento preenchidos com exposições, com concertos, com debates, com conferências”. “É uma programação bastante intensa”, considera.
No dossier partilhado com a imprensa no momento da apresentação, esta quinta-feira, em Lisboa, não foram detalhados todos os eventos que compõem a “mostra de arte e de cultura” que inclui “design gráfico, moda, artistas plásticos, ilustração e música”, nas palavras da comissária-geral.
Na área da música, é sabido que o jovem compositor Máximo Francisco compôs, gravou e lançou Pangea, uma música oficial de Portugal na Expo de Osaka. Já a fadista Carminho atuará em Osaka a 10 de junho, no âmbito das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. E cantores como Dino d’Santiago, Branko, Bruno Pernadas e Júlio Resende “vão representar Portugal ao longo de vários momentos da Expo Osaka”, lê-se no documento.
Haverá ainda uma homenagem a Amália Rodrigues, fadista que “desempenhou um papel crucial na introdução e popularização do fado no Japão”, tendo mesmo mesmo atuado na celebração do Dia de Portugal na Expo 70, em Osaka. O concerto-tributo No Tempo das Cerejas, em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, juntará as vozes dos fadistas Ana Moura, Camané e Ricardo Ribeiro, acompanhados por um trio de fado: José Manuel Neto (guitarra portuguesa), Pedro Soares (viola de fado) e Daniel Pinto (viola baixo).
No campo das artes plásticas, pouco se sabe além de que artistas como Fernanda Fragateiro, Daniel Blaufuks, Ana Aragão, Add Fuel ou Vanessa Barragão “vão marcar presença em Osaka”. Quanto ao design gráfico, está prevista uma exposição do Atelier barbara says, e no campo das artes e ofícios estará presente o programa Saber Fazer, da DG Artes.

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Expo2025 Osaka
Fado e Siza Vieira para "apresentar um país que se calhar até em Portugal nem todos conhecem".
Observador
17 jan. 2025
Imprensa Nacional