Responsável por 86% do envelope financeiro que o Governo anunciou para ajudar as empresas contra as tarifas de Trump, Gonçalo Regalado diz que é tudo "dinheiro novo". Confia que o pacote está calibrado, mas abre a porta a que possa ser revisto em alta.
O "Programa Reforçar", criado para ajudar as empresas num contexto de guerra comercial, foi lançado com pompa e circunstância. O Governo encheu o peito para anunciar um pacote de cerca de 10 mil milhões de euros, com grande parte deste envelope financeiro a ter por base garantias do Banco Português de Fomento. É "new money", diz Gonçalo Regalado, que admite que a entidade que lidera "está preparada para dimensionar os impactos destas medidas" mediante a evolução da guerra comercial em curso.
"As medidas foram calibradas de forma equilibrada para garantir disponibilidade, liquidez e capacidade de investimento e fundo de maneio", diz o presidente do banco responsável por 86% do montante total anunciado pelo Executivo ao Negócios. Mas assegura que há margem para rever o valor. "O Banco da Soberania de Portugal está preparado para dimensionar os impactos destas medidas em função da evolução dos mercados internacionais", atira.
As medidas foram calibradas [...] para garantir disponibilidade, liquidez e capacidade de investimento e fundo de maneio.
Gonçalo Regalado
Presidente do BPF
Este pacote, que o ministro da Economia, Pedro Reis, fez questão de comparar com o de 14,1 mil milhões de euros de Espanha, salientando que em proporção é bastante mais generoso, compreende um valor global de 10.085 milhões de euros. Há um adicional de 5.185 milhões à linha do BPF Invest EU, que já tinha 3.555 milhões, mas acrescenta a linha do BPF Invest Export PT, no valor de 3.500 milhões. "Todo o valor apresentado no Programa Reforçar é new money [dinheiro novo] para as empresas", assegura Regalado. Há ainda seguros de crédito (1.200 milhões) e um apoio à internacionalização (200 milhões).
86
BPF
Dos cerca de 10 mil milhões de euros do envelope financeiro do "Programa Reforçar", o BPF é responsável por 86% do total.
No caso do BPF Invest EU, o capital de suporte "vem do capital direto do BPF do valor de 250 milhões de euros do PRR", enquanto no caso do BPF Invest Export PT "vem das garantias do OE2025, já aprovadas", de outros 250 milhões. Estas garantias permitirão "criar uma linha de financiamento de 3.500 milhões" de euros, sendo que nesta linha há um "incentivo em subvenção [fundo perdido] avaliado com objetivos de 'performance'" de 400 milhões.
O BPF Invest EU foi pensado para apoiar o fundo de maneio das empresas, nomeadamente as que forem mais afetadas por eventuais quebras de encomendas em resultado das tarifas de Trump, mas também o investimento. Enquanto esta linha, que já existia, chega já em maio, em junho é reforçado o apoio ao investimento com o BPF Invest Export PT que procurará ajudar as empresas a tornarem-se mais competitivas, permitindo-lhes ganhar confiança para exportarem os seus produtos. "Há sentido de urgência e prioridade absoluta para servirmos as empresas, os empresários e o investimento", diz Regalado.
Há apetite por oportunidades
O "Programa Reforçar" resultou das quase duas dezenas de reuniões que o Executivo teve com as associações empresariais, encontros esses que foram agendados logo após o Presidente dos EUA ter avançado com as tarifas recíprocas que atingiram a União Europeia (UE) com taxas alfandegárias de 20%. Apesar da trégua anunciada por Trump, a que a UE respondeu com uma suspensão das tarifas retaliatórias, o pacote avançou, com o Governo a jogar pelo seguro na proteção das empresas e na capacitação destas para um cenário de maior protecionismo.
Todo o valor apresentado no Programa Reforçar é new money [dinheiro novo] para as empresas.
Gonçalo Regalado
Presidente do BPF
O envelope financeiro é avultado, resta saber se haverá adesão por parte dos empresários. Gonçalo Regalado acredita que sim. "As empresas portuguesas estão preparadas para o investimento e para o impacto positivo na competitividade e na internacionalização", diz ao Negócios. "Isso faz parte do ADN dos empresários portugueses", remata.
O presidente do BPF diz que os líderes das empresas portuguesas, muitas delas Pequenas e Médias Empresas (PME), têm na sua génese a "procura por inovação em novos mercados, sustentabilidade de novos produtos e maior valor de investimento com impacto". "Os empresários estão sempre preparados para desafios com novas oportunidades", elogia o presidente do BPF. "São o motor da economia portuguesa", remata.
O "Programa Reforçar", criado para ajudar as empresas num contexto de guerra comercial, foi lançado com pompa e circunstância. O Governo encheu o peito para anunciar um pacote de cerca de 10 mil milhões de euros, com grande parte deste envelope financeiro a ter por base garantias do Banco Português de Fomento. É "new money", diz Gonçalo Regalado, que admite que a entidade que lidera "está preparada para dimensionar os impactos destas medidas" mediante a evolução da guerra comercial em curso.
"As medidas foram calibradas de forma equilibrada para garantir disponibilidade, liquidez e capacidade de investimento e fundo de maneio", diz o presidente do banco responsável por 86% do montante total anunciado pelo Executivo ao Negócios. Mas assegura que há margem para rever o valor. "O Banco da Soberania de Portugal está preparado para dimensionar os impactos destas medidas em função da evolução dos mercados internacionais", atira.
As medidas foram calibradas [...] para garantir disponibilidade, liquidez e capacidade de investimento e fundo de maneio.
Gonçalo Regalado
Presidente do BPF
Este pacote, que o ministro da Economia, Pedro Reis, fez questão de comparar com o de 14,1 mil milhões de euros de Espanha, salientando que em proporção é bastante mais generoso, compreende um valor global de 10.085 milhões de euros. Há um adicional de 5.185 milhões à linha do BPF Invest EU, que já tinha 3.555 milhões, mas acrescenta a linha do BPF Invest Export PT, no valor de 3.500 milhões. "Todo o valor apresentado no Programa Reforçar é new money [dinheiro novo] para as empresas", assegura Regalado. Há ainda seguros de crédito (1.200 milhões) e um apoio à internacionalização (200 milhões).
86
BPF
Dos cerca de 10 mil milhões de euros do envelope financeiro do "Programa Reforçar", o BPF é responsável por 86% do total.
No caso do BPF Invest EU, o capital de suporte "vem do capital direto do BPF do valor de 250 milhões de euros do PRR", enquanto no caso do BPF Invest Export PT "vem das garantias do OE2025, já aprovadas", de outros 250 milhões. Estas garantias permitirão "criar uma linha de financiamento de 3.500 milhões" de euros, sendo que nesta linha há um "incentivo em subvenção [fundo perdido] avaliado com objetivos de 'performance'" de 400 milhões.
O BPF Invest EU foi pensado para apoiar o fundo de maneio das empresas, nomeadamente as que forem mais afetadas por eventuais quebras de encomendas em resultado das tarifas de Trump, mas também o investimento. Enquanto esta linha, que já existia, chega já em maio, em junho é reforçado o apoio ao investimento com o BPF Invest Export PT que procurará ajudar as empresas a tornarem-se mais competitivas, permitindo-lhes ganhar confiança para exportarem os seus produtos. "Há sentido de urgência e prioridade absoluta para servirmos as empresas, os empresários e o investimento", diz Regalado.
Há apetite por oportunidades
O "Programa Reforçar" resultou das quase duas dezenas de reuniões que o Executivo teve com as associações empresariais, encontros esses que foram agendados logo após o Presidente dos EUA ter avançado com as tarifas recíprocas que atingiram a União Europeia (UE) com taxas alfandegárias de 20%. Apesar da trégua anunciada por Trump, a que a UE respondeu com uma suspensão das tarifas retaliatórias, o pacote avançou, com o Governo a jogar pelo seguro na proteção das empresas e na capacitação destas para um cenário de maior protecionismo.
Todo o valor apresentado no Programa Reforçar é new money [dinheiro novo] para as empresas.
Gonçalo Regalado
Presidente do BPF
O envelope financeiro é avultado, resta saber se haverá adesão por parte dos empresários. Gonçalo Regalado acredita que sim. "As empresas portuguesas estão preparadas para o investimento e para o impacto positivo na competitividade e na internacionalização", diz ao Negócios. "Isso faz parte do ADN dos empresários portugueses", remata.
O presidente do BPF diz que os líderes das empresas portuguesas, muitas delas Pequenas e Médias Empresas (PME), têm na sua génese a "procura por inovação em novos mercados, sustentabilidade de novos produtos e maior valor de investimento com impacto". "Os empresários estão sempre preparados para desafios com novas oportunidades", elogia o presidente do BPF. "São o motor da economia portuguesa", remata.