Um novo estudo divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística dos Países Baixos revela que cerca de 25% das 7 refeições principais consumidas pela população neerlandesa em 2023 eram vegetarianas.
Os investigadores constataram que, embora a maioria ainda consuma carne semanalmente, não o faz diariamente.
Aproximadamente 43% optam por uma ou duas refeições principais vegetarianas por semana, enquanto outros 22% escolhem opções vegetarianas pelo menos três vezes por semana. Por outro lado, 31% dos inquiridos nunca optam por uma refeição principal vegetariana, enquanto apenas 3% fazem-no sempre.
Entre os principais fatores apontados pela população para esta mudança de hábitos estão preocupações ambientais, preocupações com a saúde, considerações éticas, preço da proteína animal e inovação culinária.
Para além disso, denota-se também que a formação académica, a idade e o género desempenham um papel na diferença da frequência com que as pessoas comem refeições vegetarianas.
A cidade de Amesterdão, em particular, também reportou esta tendência. De acordo com De Gezonde Stad, 60% dos habitantes já adotou, de forma parcial, uma dieta de origem vegetal (vegans, vegetarianas, pescetarianas e flexitarianas).
Para promover ainda mais esta mudança, o município lançou a Estratégia Alimentar para o período de 2023 a 2026, com foco na colaboração com organizações sociais e instituições de ensino para oferecer opções alimentares saudáveis, equitativas e sustentáveis. O objetivo é que até 2030, pelo menos 60% da dieta dos residentes seja de origem vegetal.
Para além disso, Amesterdão lidera a promoção de alternativas vegetais, tornando-se a primeira capital da União Europeia a assinar e a subscrever ao Plant Based Treaty. Este compromisso significa um apelo global à mudança dos padrões alimentares, abordando a crise climática através do abandono de práticas que conduzem à degradação dos ecossistemas e à desflorestação, colocando os sistemas alimentares na linha da frente.
A grande acessibilidade de diferentes alternativas ao consumo de proteína animal desempenhou também um papel muito importante na adoção destes novos hábitos. Empresas como a Willicroft, Growy, Meatable, Mosa Meat e Upstream Foods, são alguns dos grandes impulsionadores destas novas tendências de consumo.
Face ao exposto, sugere-se às empresas e entidades portuguesas do setor alimentar, e com oferta relacionada ao nível de produtos vegetarianos, um acompanhamento atento das tendências e oportunidades de negócio existentes no mercado dos Países Baixos.
Mais informações sobre as características do mercado neerlandês ao nível dos produtos alimentares, e os respetivos canais de distribuição, podem ser obtidas junto da Delegação da AICEP na Haia.