Portugal celebrou esta segunda-feira, 5 de maio, o seu Dia Nacional na Expo 2025 Osaka com um programa que cruzou música, arte, arquitetura e língua portuguesa, sublinhando a diversidade cultural e a criatividade nacional num dos maiores palcos internacionais do ano.
A data foi assinalada com uma série de momentos simbólicos e emotivos, e coincidiu com duas efemérides com forte carga identitária: o Dia Mundial da Língua Portuguesa, instituído pela UNESCO, e o Dia da Criança no Japão.
As celebrações oficiais decorreram no National Day Hall, o espaço central da Expo dedicado aos Dias Nacionais dos países participantes. A cerimónia contou com a presença de várias personalidades portuguesas e japonesas, entre as quais a ministra da Cultura de Portugal, Dalila Rodrigues, que destacou a importância da língua portuguesa como ponte entre culturas, e o ministro japonês da Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, Takebe Arata, que sublinhou os 500 anos de amizade luso-nipónica e manifestou o desejo de aprofundar os laços económicos entre os dois países.
Ao longo do dia, a programação destacou a dimensão artística e cultural de Portugal. Logo pela manhã, o músico Dino d’Santiago subiu ao palco central da Expo, trazendo a força da música de influência cabo-verdiana e uma mensagem de inclusão e identidade. Mais tarde, o concerto "No Tempo das Cerejas" prestou homenagem a Amália Rodrigues, figura icónica da cultura portuguesa e que representou Portugal na Expo Osaka de 1970. O espetáculo reuniu em palco três vozes incontornáveis do fado — Ana Moura, Camané e Ricardo Ribeiro — numa evocação do legado de Amália.
A arquitetura portuguesa teve também um lugar de destaque com a inauguração da exposição Siza, dedicada à obra de Álvaro Siza Vieira. Com curadoria de Carlos Quintáns Eiras e promovida em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian, a mostra reafirma a projeção internacional da arquitetura portuguesa e o diálogo com outras culturas, como a japonesa. O arquiteto japonês Kengo Kuma, autor do pavilhão de Portugal na Expo, esteve presente na inauguração.
Ainda no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Língua Portuguesa, foi apresentada uma performance do jovem Francisco Vieira, vencedor do concurso promovido pela associação Mundu Nobu. O momento reforçou o papel da língua portuguesa enquanto expressão de identidade e ligação entre os países da CPLP.
A presença portuguesa foi marcada por uma forte representação institucional, com a participação da ministra da Cultura, do secretário de Estado da Economia, do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, do embaixador de Portugal no Japão, bem como de responsáveis do Instituto Camões, AICEP, Turismo de Portugal, e Câmara Municipal de Lisboa.
Ricardo Arroja, presidente da AICEP, entidade responsável pela organização da presença portuguesa na Expo, afirmou no final do dia que “a Expo é a montra perfeita para mostrar o Portugal inovador, moderno e fazedor”.