Banco Português de Fomento (BPF) entregou em Bruxelas a candidatura para a instalação de uma gigafábrica em Sines. Se for bem-sucedido, o projeto deverá atingir resultados positivos em 2030, exportando mais de mil milhões de euros, disse o CEO do BPF, Gonçalo Regalado.
A candidatura que o Banco Português de Fomento (BPF) entregou em Bruxelas para a instalação, em Sines, de uma gigafábrica de Inteligência Artificial (IA) prevê receitas de 1,6 mil milhões de euros em 2030, na sua maior parte através de vendas para os mercados externos. A revelação foi feita na passada sexta-feira pelo CEO do BPF Gonçalo Regalado.
Numa intervenção na conferência Economic Outlook, promovida pela PSO, com apoio da OCDE e da Ordem dos Economistas e a moderação do Diário de Notícias, Gonçalo Regalado revelou os grandes números e o argumentário da candidatura lusa para a instalação desta infraestrutura de super computação que, se for bem-sucedida, poderá representar um investimento de quatro mil milhões de euros.
De acordo com a apresentação que o CEO partilhou na conferência, o projeto prevê que a construção do data center em Sines tenha início no próximo ano e que a gigafábrica inicie a atividade em 2027, atingindo resultados positivos em 2030, com um lucro de 210 milhões de euros. Para esse ano, prevê receitas de 1,6 mil milhões, geradas na sua maior parte através da exportação de serviços, nomeadamente aluguer de tempo de GPU para treino de algoritmos de Inteligência Artificial (com a utilização de grandes volumes de dados) e serviços de computação na nuvem.
'A maior parte deste valor será através de exportações, mas também podem ser modelados sistemas de Inteligência Artificial para empresas nacionais" disse Gonçalo Regalado ao DN.
A candidatura portuguesa é uma entre as mais de duas dezenas que foram entregues ao organismo europeu Euro HPC até ao dia 20 de junho, tal como noticiou o site Eco. O procedimento insere- -se num processo que visa dotar a União Europeia de capacidades industriais na área da Inteligência
Artificial, através de Parcerias Público-Privadas(PPP).
A Comissão Europeia manifestou a intenção de ter cinco gigafábricas na Europa, mas este número poderá ser superior, em função das candidaturas que surjam, pre- vendo-se que haja uma decisão até ao final do ano. Um dos principais rivais da candidatura portuguesa é a proposta espanhola, que conta com a participação da Telefónica. Espanha tem, além disso, vantagens comparáveis às de Portugal na área das renováveis, um aspeto relevante porque as gigafábricas precisam de muita energia elétrica.
Consórcio inclui grandes grupos e universidades
A candidatura portuguesa assenta num consórcio em que o BPF atua como entidade coordenadora, com o apoio do Governo português e a participação de empresas de vários setores, incluindo Altice Portugal, Bial, Sonae, NOS, Nokia, Siemens, Defined.ai, Hovione, IMGA, Beyond Vision, Visa beira e Fugro.
O consórcio será montando numa lógica de abertura a todos os potenciais interessados que tenham algo a acrescentar {"open forallapproach"),prevendo-se que possa incluir outros grandes grupos, pequenas e médias empresas inovadoras e também startups da área da Inteligência Artificial. Conta ainda com várias Instituições do Ensino Superior e de investigação, incluindo o CEiiA, o Instituto SuperiorTécnico, a Universidade do Porto e o Center for Responsable AI.
Como pontos fortes da sua candidatura, Portugal apresentou, por um lado, a sua rede energética assente em energias renováveis abundantes, acessíveis e baratas (a gigafábrica terá 90MW de capacidade); e, por outro, a rede de telecomunicações do país, com fibra ótica em todo o território e ligações ao centro e norte da Europa, a África e às Américas, por cabos submarinos.
A candidatura refere ainda quatro setores-chave em que o país tem vantagens competitivas, que permitirão alavancar a instalação de uma gigafábrica: em primeiro lugar, o facto de contar com unidades industriais de grandes grupos europeus (Volkswagen, Renault e Airbus); em segundo, a presença de grandes empresas do setor farmacêutico; o potencial na área da Defesa e a aposta feita na Economia Azul.
Gonçalo Regalado admitiu que não será fácil vencer esta corrida, dada a quantidade de candidaturas que terão sido apresentadas, mas frisou que Portugal tem vários fatores de sucesso que poderão fazer a diferença, como a localização geográfica do data center (implantado numa área industrial dinâmica e com espaço para se expandir), o acesso direto à água do mar (que pode ser utilizada para arrefecimento dos sistemas), o acesso a talento (existem 230 mil especialistas em IT em Portugal), a aposta do Governo na expansão da capacidade de Inteligência Artificial, o apoio de vários stake holders relevantes, que percebem a importância do projeto para o país, e o track record muito positivo que Portugal tem na elaboração e execução de projetos transformadores no espaço digital.
A candidatura que o Banco Português de Fomento (BPF) entregou em Bruxelas para a instalação, em Sines, de uma gigafábrica de Inteligência Artificial (IA) prevê receitas de 1,6 mil milhões de euros em 2030, na sua maior parte através de vendas para os mercados externos. A revelação foi feita na passada sexta-feira pelo CEO do BPF Gonçalo Regalado.
Numa intervenção na conferência Economic Outlook, promovida pela PSO, com apoio da OCDE e da Ordem dos Economistas e a moderação do Diário de Notícias, Gonçalo Regalado revelou os grandes números e o argumentário da candidatura lusa para a instalação desta infraestrutura de super computação que, se for bem-sucedida, poderá representar um investimento de quatro mil milhões de euros.
De acordo com a apresentação que o CEO partilhou na conferência, o projeto prevê que a construção do data center em Sines tenha início no próximo ano e que a gigafábrica inicie a atividade em 2027, atingindo resultados positivos em 2030, com um lucro de 210 milhões de euros. Para esse ano, prevê receitas de 1,6 mil milhões, geradas na sua maior parte através da exportação de serviços, nomeadamente aluguer de tempo de GPU para treino de algoritmos de Inteligência Artificial (com a utilização de grandes volumes de dados) e serviços de computação na nuvem.
'A maior parte deste valor será através de exportações, mas também podem ser modelados sistemas de Inteligência Artificial para empresas nacionais" disse Gonçalo Regalado ao DN.
A candidatura portuguesa é uma entre as mais de duas dezenas que foram entregues ao organismo europeu Euro HPC até ao dia 20 de junho, tal como noticiou o site Eco. O procedimento insere- -se num processo que visa dotar a União Europeia de capacidades industriais na área da Inteligência
Artificial, através de Parcerias Público-Privadas(PPP).
A Comissão Europeia manifestou a intenção de ter cinco gigafábricas na Europa, mas este número poderá ser superior, em função das candidaturas que surjam, pre- vendo-se que haja uma decisão até ao final do ano. Um dos principais rivais da candidatura portuguesa é a proposta espanhola, que conta com a participação da Telefónica. Espanha tem, além disso, vantagens comparáveis às de Portugal na área das renováveis, um aspeto relevante porque as gigafábricas precisam de muita energia elétrica.
Consórcio inclui grandes grupos e universidades
A candidatura portuguesa assenta num consórcio em que o BPF atua como entidade coordenadora, com o apoio do Governo português e a participação de empresas de vários setores, incluindo Altice Portugal, Bial, Sonae, NOS, Nokia, Siemens, Defined.ai, Hovione, IMGA, Beyond Vision, Visa beira e Fugro.
O consórcio será montando numa lógica de abertura a todos os potenciais interessados que tenham algo a acrescentar {"open forallapproach"),prevendo-se que possa incluir outros grandes grupos, pequenas e médias empresas inovadoras e também startups da área da Inteligência Artificial. Conta ainda com várias Instituições do Ensino Superior e de investigação, incluindo o CEiiA, o Instituto SuperiorTécnico, a Universidade do Porto e o Center for Responsable AI.
Como pontos fortes da sua candidatura, Portugal apresentou, por um lado, a sua rede energética assente em energias renováveis abundantes, acessíveis e baratas (a gigafábrica terá 90MW de capacidade); e, por outro, a rede de telecomunicações do país, com fibra ótica em todo o território e ligações ao centro e norte da Europa, a África e às Américas, por cabos submarinos.
A candidatura refere ainda quatro setores-chave em que o país tem vantagens competitivas, que permitirão alavancar a instalação de uma gigafábrica: em primeiro lugar, o facto de contar com unidades industriais de grandes grupos europeus (Volkswagen, Renault e Airbus); em segundo, a presença de grandes empresas do setor farmacêutico; o potencial na área da Defesa e a aposta feita na Economia Azul.
Gonçalo Regalado admitiu que não será fácil vencer esta corrida, dada a quantidade de candidaturas que terão sido apresentadas, mas frisou que Portugal tem vários fatores de sucesso que poderão fazer a diferença, como a localização geográfica do data center (implantado numa área industrial dinâmica e com espaço para se expandir), o acesso direto à água do mar (que pode ser utilizada para arrefecimento dos sistemas), o acesso a talento (existem 230 mil especialistas em IT em Portugal), a aposta do Governo na expansão da capacidade de Inteligência Artificial, o apoio de vários stake holders relevantes, que percebem a importância do projeto para o país, e o track record muito positivo que Portugal tem na elaboração e execução de projetos transformadores no espaço digital.