De acordo com o Dinheiro Vivo, à boleia da Expo 2025 em Osaka, a AIMMP quer levar os móveis portugueses à Austrália e Nova Zelândia. Feira no Dubai "reafirmou a consolidação" de Portugal "num mercado crucial".
A fileira da madeira e do mobiliário quer chegar aos quatro mil milhões de exportações nos próximos cinco anos, que compara com os 3157 milhões exportados em 2023. Para isso, a Associação das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Portugal (AIMMP) aposta na promoção em mercados de dimensão e com poder económico, como os Estados Unidos e o Médio Oriente, mas tem em vista aproveitar a Expo 2025, que decorre no Japão, para mostrar os produtos portugueses em Osaka e também na Austrália e Nova Zelândia.
"Temos submetida uma candidatura aos projetos SIAC para promoção coletiva do setor sob a marca-chapéu AssoriadVe Design - The BestofPortugal e através dela queremos colaborar com a AICEP na dinamização do pavilhão de Portugal na Expo2025, através de mostras de mobiliário de luxo que reúnam inovação, tecnologia, design e sustentabilidade", diz o presidente da associação, Vítor Poças, que acrescenta: "Aproveitando essa presença no Oriente, queremos também fazer mostras na Austrália e Nova Zelândia, que são países com elevado poder de compra e uma grande apetência pelo design europeu".
Com 85% do plano de internacionalização Inter Wood & Furniture 2023/2024 concluído, a associação prepara já o plano de 2025. Esta semana, a AIMMP esteve com 20 empresas de mobiliário e decoração na The Hotel Show Dubai, o "maior e mais completo" evento do setor hoteleiro no Médio Oriente, e em setembro retorna a Riade, na Arábia Saudita. Desde 2020, ano em que, com a pandemia, grande parte dos mercados se fecharam, levando a uma aposta no Médio Oriente, que manteve feiras e eventos operacionais, Portugal duplicou as suas exportações de madeiras e de mobiliário para os Emirados Árabes Unidos, que passaram de 13 para 26 milhões de euros. Uma aposta "conseguida e que é para manter". A associação aguarda a aprovação do plano de internacionalização já submetido para 2025, que prevê investimentos de seis milhões de euros centrados em 10 mercados na Europa, EUA e Médio Oriente.
"A nossa ambição é que os mercados extra-comunitários possam, nos próximos cinco anos, atingir uma quota relevante, na ordem dos 40%", avança Vítor Poças. Atual- mente, pesam 32%. No Médio Oriente serão mantidas as feiras na Arábia Saudita e no Dubai, que funciona como um hub para a região, recebendo compradores de outros Emirados, mas também do Catar, Iraque, Koweit, Omã, Egito e índia. Em simultâneo, o setor irá reforçar o foco nos EUA com presença em feiras em Las Vegas e Nova Iorque, mas o objetivo é chegar também a Chicago e ao Texas.
Balanço otimista
Para já, faz-se o balanço da presença no Dubai, de onde as empresas saem satisfeitas, com novos contactos, novos clientes e grande parte (em alguns casos, todas) das peças que levaram vendidas. Algumas vão para habitações da família real. "Este evento reafirmou a nossa consolidação neste importante mercado crucial para o setor da madeira e do mobiliário de Portugal. Nos últimos anos, os nossos planos de investimento têm sido focados nesta região, e os resultados positivos que vimos nesta feira confirmam a eficácia da nossa estratégia", frisa Vítor Poças.
Além da feira no Dubai, a AIMMP realizou ainda uma conferência no departamento de arquitetura da American University of Ras Al Khairnah (AURAK), sob o tema Século XXI: Uso da madeira - Um desafio à criatividade. Realizado no âmbito do protocolo assinado entre a associação e a Câmara de Comércio de Ras Al Khairnah, outros dos sete emirados que compõem os Emirados Árabes Unidos, o encontro teve como oradores o presidente da AIMMP, a quem coube a apresentação do setor, que vale mais de 4% do PIB e das exportações nacionais, e João Figueiredo, CEO da Carmo Wood, que procurou desmontar alguns dos mitos relativos ao uso de madeira em obras de engenharia e apresentou exemplos de obras emblemáticas da empresa, como os passadiços do Paiva ou os vários hotéis em madeira na Comporta e no Algarve.
Carmo Wood
A temática despertou grande interesse entre os professores na plateia, potenciais prescritores futuros numa região onde o betão e o vidro dominam as construções atuais. João Figueiredo não esconde o sonho de um dia construir uma obra da Carmo na região. Já na feira, a Carmo Wood foi uma das empresas que venderam todo o seu mobiliário em exposição. "O Dubai é um mercado claramente estratégico em termos comerciais. O mobiliário em madeira maciça é um nicho de mercado que está por explorar e vê-se que o consumidor valoriza imenso as peças maciças, pela sua qualidade, mas o nosso tanjetfí- nal é introduzir a engenharia, fazendo hotéis, casas, restaurantes, pontes e passadiços em madeira, tudo o que sejam oportunidades que este mercado, que está em pleno crescimento, oferece" diz João Figueiredo. Com 450 trabalhadores e quatro fábricas em Portugal, a Carmo Wood fatura 100 milhões, 60% dos quais exporta para mais de 43 mercados. "Espero que os Emirados Arábes Unidos sejam o 44. em breve", diz o responsável que espera, este ano, chegar aos 110 milhões de vendas globais.
Fagotel
Já a Fagotel, de Gondomar, tem mais de 10 mil quartos de hotel equipados em Portugal e no estrangeiro, de marcas como Intercontinental, Epic Sana, Marriot ou NH, entre outros. É presença habitual no Dubai, nos últimos anos. Dos cinco milhões que fatura, 70% são exportados essencialmente para a Europa, Médio Oriente e Sudeste Asiático. A sua aposta mais recente é no mercado norte- -americano, procurando conquistar clientes em Nova Iorque e Las Vegas. "Tem muito potencial porque é um mercado com uma enorme capacidade de compra, mas é também muito competitivo. É difícil entrar, mas acredito que vamos conseguir. Até porque hoje já conhecem Portugal, já saímos do anonimato", refere Ivo Meireles de Brito, CEO da Fagotel.
Ziya Concept
Também a Ziya Concept, marca recém criada pela arquiteta Filipa Barbosa, tem tido grande sucesso nos mercados asiáticos, tendo fornecido já hotéis na índia e Vietname.
Na sua carteira de clientes tem cadeias como Nobu, Sana, Marriot ou Ritz-Carlton e, no Dubai, está a concorrer para mobilar 40 villas. Filipa faz um balanço "muito positivo" da feira, já que tem, pelo menos, três grandes clientes em vista, já com vários pedidos de orçamento. "É um mercado de luxo e o tipo de mobiliário que fazemos encaixa- -se nesse perfil, tudo o que fazemos é costu- mizado, à medida", explica a jovem criadora que, em setembro, marcará presença na feira na Arábia Saudita com a AIMMP. O ano tem estado a correr particularmente bem para a Ziya Concept que, nos primeiros meses do ano, já ultrapassou os 4 milhões faturados em 2023.
Cicomot
Crescer nos mercados de exportação, mantendo a quota em Portugal é o objetivo da Ci- comol, empresa de Ourém especializada em portas de luxo, que fatura mais de 11 milhões de euros, dos quais 20% são exportações para mercados como Inglaterra, EUA e França. Com portas certificadas para o setor hoteleiro e da saúde, a empresa equipou o Savoy Pa- lace Madeira, ente outros. Presença habitual no Dubai, tem feito "vendas pontuais", mas, com uma capacidade produtiva de mil portas ao dia, procura volume e acredita que, com tempo e persistência, o irá encontrar. "Olhamos o Dubai e a Arábia Saudita como possibilidades sustentadas no futuro. Não gostamos de crescimentos exponenciais, preferimos que sejam sustentados. Não queremos subir a pirâmide com muita pressa porque, se tropeçarmos, a queda é maior", sustenta o CEO, Mário GiL
Suffà
Estreante na feira como expositor esteve a Suffa, marca da MGFemandes - Indústria de Estofos de Paredes que aqui apresentou a sua mais recente novidade, um sofá desenhado pelo designei Gonçalo Campos. E em setembro irá a Riade. "Estes países fazem sentido para nós porque valorizam o design e a qualidade, e têm poder de compra", diz André Fernandes, que sai satisfeito do Dubai "Conseguimos vários contactos relevantes que serão trabalhados e retomados já nas próximas semanas. A aceitação do nosso novo modelo foi muito boa e gerou muita curiosidade pela sua diferenciação. Os profissionais do setor perceberam a nossa qualidade e que podemos fazer a diferença neste mercado", acredita.
MainGuilty
Elevar o mobiliário, transportando-o- para um mundo mais artístico, é o objetivo de Carlos Mello e da sua MainGuilty, marca que faz a fusão da arte, do design e da tecnologia para criar peças únicas, de autor. Lançada em 2021, em Espanha, a marca fez no Dubai a sua primeira venda e, desde então, não mais parou e já vende peças para os cinco continentes, essencialmente para arquitetos e designers de interiores. Carlos Mello trabalha materiais diversos, designadamente madeira, pedra, vidro, metal, cortiça, cerâmica e barro, peças "com uma identidade tão forte e tão distintas que encaixam naturalmente no Dubai, que 'pede' essa excentricidade e esse valor acrescentado". A ambição é conseguir um representante local, com um showroom, que dê visibilidade à marca.
ARC
Pela primeira vez no Dubai estiveram os irmãos Inês e Rui Rocha, a terceira geração na ARC, de Rebordosa, Paredes, depois de, no mês passado, terem exposto em Las Vegas. O recém assinado contrato com um importador local que vai cobrir Arábia Saudita, Catar, Omã e Dubai, promete dar o boost esperado aos negócios na região. "Este é um consumidor que conhece e valoriza o produto made in Europe e o Cristiano Ronaldo [na Arábia Saudita] ajuda muito a saberem onde é Portugal", diz Rui Rocha. Com 70 trabalhadores, a empresa exporta mais de 90% dos 3,5 milhões de euros que fatura.
Gradirripas
Estreantes foram também Miguel e Teresa Violante, a quinta geração na Gradirripas, empresa de Santarém, especialista em pequenos utensílios de cozinha, em madeira, e que lançaram no Dubai a marca Violante, criada em homenagem ao trisavô que fez da madeira o seu ofício. As tábuas de cozinha que um dia conquistaram o cheffamie Oliver foram também um sucesso no The Hotel Show Dubai "Temos noção que este é um ponto estratégico por ser uma zona de acesso a todo o mundo árabe, um ponto de convergência, o que pode ter um efeito facilitador para fazer chegar os nossos produtos a outros destinos", diz Miguel Violante.
MBN Group
Já Sérgio Barbosa, CEO do MBN Group, de Paços de Ferreira, esteve pela quarta vez na feira, numa aposta de médio a longo prazo na região, e mostra-se convicto de que este será um mercado de futuro, com grandes potencialidades. "Não apanhamos a primeira fase do crescimento do Dubai, mas queremos apanhar o comboio do desenvolvimento que continua a ser feito", frisa. Na fábrica, aguarda aprovação de um projeto de automação submetido ao PT2030, com um investimento de 1,8 milhões de euros.
Luís Leão e Sylvie Goncalves Luís Leão, presença na feira nos últimos anos, apresentou este ano duas marcas novas, a Foz Furniture e a Fake-Not for Everyo- ne. Está à procura de designers de interior e arquitetos que ajudem à divulgação das marcas. Também Sylvie Gonçalves, safes manager da Casa Magna, assume que a empresa gostaria de ter uma representação local, que desse maior visibilidade à marca, com um showroom. No entretanto, vai trabalhando os vários contactos que têm vindo a ser consolidados.
Laskasas
Por fim, destaque para a LasKasas, marca portuguesa que conta já com dois parceiros no Dubai, com espaços de exposição multimarca, posicionamento que será reforçado, nas próximas semanas, com a presença num outro showroom, mas em Dona, no Catar. O Médio Oriente representa 30% da faturação da LasKasas a par com a Europa, explica Hugo Oliveira, responsável pelos mercados do Dubai, Abu Dahbi, Jordânia e Koweit.
A comitiva portuguesa foi visitada pelo embaixador de Portugal nos Emirados Árabes Unidos, Fernando D'Orey de Brito e Cunha Figueirinhas, que fala num "mercado de referência", com "potencialidades enormes" para as empresas portuguesas. "Temos estado a dar um grande apoio às várias associações que trazem aqui empresas, só no ano passado tivemos aqui cerca de 100, e este é um caminho que vamos continuar", frisa.
A fileira da madeira e do mobiliário quer chegar aos quatro mil milhões de exportações nos próximos cinco anos, que compara com os 3157 milhões exportados em 2023. Para isso, a Associação das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Portugal (AIMMP) aposta na promoção em mercados de dimensão e com poder económico, como os Estados Unidos e o Médio Oriente, mas tem em vista aproveitar a Expo 2025, que decorre no Japão, para mostrar os produtos portugueses em Osaka e também na Austrália e Nova Zelândia.
"Temos submetida uma candidatura aos projetos SIAC para promoção coletiva do setor sob a marca-chapéu AssoriadVe Design - The BestofPortugal e através dela queremos colaborar com a AICEP na dinamização do pavilhão de Portugal na Expo2025, através de mostras de mobiliário de luxo que reúnam inovação, tecnologia, design e sustentabilidade", diz o presidente da associação, Vítor Poças, que acrescenta: "Aproveitando essa presença no Oriente, queremos também fazer mostras na Austrália e Nova Zelândia, que são países com elevado poder de compra e uma grande apetência pelo design europeu".
Com 85% do plano de internacionalização Inter Wood & Furniture 2023/2024 concluído, a associação prepara já o plano de 2025. Esta semana, a AIMMP esteve com 20 empresas de mobiliário e decoração na The Hotel Show Dubai, o "maior e mais completo" evento do setor hoteleiro no Médio Oriente, e em setembro retorna a Riade, na Arábia Saudita. Desde 2020, ano em que, com a pandemia, grande parte dos mercados se fecharam, levando a uma aposta no Médio Oriente, que manteve feiras e eventos operacionais, Portugal duplicou as suas exportações de madeiras e de mobiliário para os Emirados Árabes Unidos, que passaram de 13 para 26 milhões de euros. Uma aposta "conseguida e que é para manter". A associação aguarda a aprovação do plano de internacionalização já submetido para 2025, que prevê investimentos de seis milhões de euros centrados em 10 mercados na Europa, EUA e Médio Oriente.
"A nossa ambição é que os mercados extra-comunitários possam, nos próximos cinco anos, atingir uma quota relevante, na ordem dos 40%", avança Vítor Poças. Atual- mente, pesam 32%. No Médio Oriente serão mantidas as feiras na Arábia Saudita e no Dubai, que funciona como um hub para a região, recebendo compradores de outros Emirados, mas também do Catar, Iraque, Koweit, Omã, Egito e índia. Em simultâneo, o setor irá reforçar o foco nos EUA com presença em feiras em Las Vegas e Nova Iorque, mas o objetivo é chegar também a Chicago e ao Texas.
Balanço otimista
Para já, faz-se o balanço da presença no Dubai, de onde as empresas saem satisfeitas, com novos contactos, novos clientes e grande parte (em alguns casos, todas) das peças que levaram vendidas. Algumas vão para habitações da família real. "Este evento reafirmou a nossa consolidação neste importante mercado crucial para o setor da madeira e do mobiliário de Portugal. Nos últimos anos, os nossos planos de investimento têm sido focados nesta região, e os resultados positivos que vimos nesta feira confirmam a eficácia da nossa estratégia", frisa Vítor Poças.
Além da feira no Dubai, a AIMMP realizou ainda uma conferência no departamento de arquitetura da American University of Ras Al Khairnah (AURAK), sob o tema Século XXI: Uso da madeira - Um desafio à criatividade. Realizado no âmbito do protocolo assinado entre a associação e a Câmara de Comércio de Ras Al Khairnah, outros dos sete emirados que compõem os Emirados Árabes Unidos, o encontro teve como oradores o presidente da AIMMP, a quem coube a apresentação do setor, que vale mais de 4% do PIB e das exportações nacionais, e João Figueiredo, CEO da Carmo Wood, que procurou desmontar alguns dos mitos relativos ao uso de madeira em obras de engenharia e apresentou exemplos de obras emblemáticas da empresa, como os passadiços do Paiva ou os vários hotéis em madeira na Comporta e no Algarve.
Carmo Wood
A temática despertou grande interesse entre os professores na plateia, potenciais prescritores futuros numa região onde o betão e o vidro dominam as construções atuais. João Figueiredo não esconde o sonho de um dia construir uma obra da Carmo na região. Já na feira, a Carmo Wood foi uma das empresas que venderam todo o seu mobiliário em exposição. "O Dubai é um mercado claramente estratégico em termos comerciais. O mobiliário em madeira maciça é um nicho de mercado que está por explorar e vê-se que o consumidor valoriza imenso as peças maciças, pela sua qualidade, mas o nosso tanjetfí- nal é introduzir a engenharia, fazendo hotéis, casas, restaurantes, pontes e passadiços em madeira, tudo o que sejam oportunidades que este mercado, que está em pleno crescimento, oferece" diz João Figueiredo. Com 450 trabalhadores e quatro fábricas em Portugal, a Carmo Wood fatura 100 milhões, 60% dos quais exporta para mais de 43 mercados. "Espero que os Emirados Arábes Unidos sejam o 44. em breve", diz o responsável que espera, este ano, chegar aos 110 milhões de vendas globais.
Fagotel
Já a Fagotel, de Gondomar, tem mais de 10 mil quartos de hotel equipados em Portugal e no estrangeiro, de marcas como Intercontinental, Epic Sana, Marriot ou NH, entre outros. É presença habitual no Dubai, nos últimos anos. Dos cinco milhões que fatura, 70% são exportados essencialmente para a Europa, Médio Oriente e Sudeste Asiático. A sua aposta mais recente é no mercado norte- -americano, procurando conquistar clientes em Nova Iorque e Las Vegas. "Tem muito potencial porque é um mercado com uma enorme capacidade de compra, mas é também muito competitivo. É difícil entrar, mas acredito que vamos conseguir. Até porque hoje já conhecem Portugal, já saímos do anonimato", refere Ivo Meireles de Brito, CEO da Fagotel.
Ziya Concept
Também a Ziya Concept, marca recém criada pela arquiteta Filipa Barbosa, tem tido grande sucesso nos mercados asiáticos, tendo fornecido já hotéis na índia e Vietname.
Na sua carteira de clientes tem cadeias como Nobu, Sana, Marriot ou Ritz-Carlton e, no Dubai, está a concorrer para mobilar 40 villas. Filipa faz um balanço "muito positivo" da feira, já que tem, pelo menos, três grandes clientes em vista, já com vários pedidos de orçamento. "É um mercado de luxo e o tipo de mobiliário que fazemos encaixa- -se nesse perfil, tudo o que fazemos é costu- mizado, à medida", explica a jovem criadora que, em setembro, marcará presença na feira na Arábia Saudita com a AIMMP. O ano tem estado a correr particularmente bem para a Ziya Concept que, nos primeiros meses do ano, já ultrapassou os 4 milhões faturados em 2023.
Cicomot
Crescer nos mercados de exportação, mantendo a quota em Portugal é o objetivo da Ci- comol, empresa de Ourém especializada em portas de luxo, que fatura mais de 11 milhões de euros, dos quais 20% são exportações para mercados como Inglaterra, EUA e França. Com portas certificadas para o setor hoteleiro e da saúde, a empresa equipou o Savoy Pa- lace Madeira, ente outros. Presença habitual no Dubai, tem feito "vendas pontuais", mas, com uma capacidade produtiva de mil portas ao dia, procura volume e acredita que, com tempo e persistência, o irá encontrar. "Olhamos o Dubai e a Arábia Saudita como possibilidades sustentadas no futuro. Não gostamos de crescimentos exponenciais, preferimos que sejam sustentados. Não queremos subir a pirâmide com muita pressa porque, se tropeçarmos, a queda é maior", sustenta o CEO, Mário GiL
Suffà
Estreante na feira como expositor esteve a Suffa, marca da MGFemandes - Indústria de Estofos de Paredes que aqui apresentou a sua mais recente novidade, um sofá desenhado pelo designei Gonçalo Campos. E em setembro irá a Riade. "Estes países fazem sentido para nós porque valorizam o design e a qualidade, e têm poder de compra", diz André Fernandes, que sai satisfeito do Dubai "Conseguimos vários contactos relevantes que serão trabalhados e retomados já nas próximas semanas. A aceitação do nosso novo modelo foi muito boa e gerou muita curiosidade pela sua diferenciação. Os profissionais do setor perceberam a nossa qualidade e que podemos fazer a diferença neste mercado", acredita.
MainGuilty
Elevar o mobiliário, transportando-o- para um mundo mais artístico, é o objetivo de Carlos Mello e da sua MainGuilty, marca que faz a fusão da arte, do design e da tecnologia para criar peças únicas, de autor. Lançada em 2021, em Espanha, a marca fez no Dubai a sua primeira venda e, desde então, não mais parou e já vende peças para os cinco continentes, essencialmente para arquitetos e designers de interiores. Carlos Mello trabalha materiais diversos, designadamente madeira, pedra, vidro, metal, cortiça, cerâmica e barro, peças "com uma identidade tão forte e tão distintas que encaixam naturalmente no Dubai, que 'pede' essa excentricidade e esse valor acrescentado". A ambição é conseguir um representante local, com um showroom, que dê visibilidade à marca.
ARC
Pela primeira vez no Dubai estiveram os irmãos Inês e Rui Rocha, a terceira geração na ARC, de Rebordosa, Paredes, depois de, no mês passado, terem exposto em Las Vegas. O recém assinado contrato com um importador local que vai cobrir Arábia Saudita, Catar, Omã e Dubai, promete dar o boost esperado aos negócios na região. "Este é um consumidor que conhece e valoriza o produto made in Europe e o Cristiano Ronaldo [na Arábia Saudita] ajuda muito a saberem onde é Portugal", diz Rui Rocha. Com 70 trabalhadores, a empresa exporta mais de 90% dos 3,5 milhões de euros que fatura.
Gradirripas
Estreantes foram também Miguel e Teresa Violante, a quinta geração na Gradirripas, empresa de Santarém, especialista em pequenos utensílios de cozinha, em madeira, e que lançaram no Dubai a marca Violante, criada em homenagem ao trisavô que fez da madeira o seu ofício. As tábuas de cozinha que um dia conquistaram o cheffamie Oliver foram também um sucesso no The Hotel Show Dubai "Temos noção que este é um ponto estratégico por ser uma zona de acesso a todo o mundo árabe, um ponto de convergência, o que pode ter um efeito facilitador para fazer chegar os nossos produtos a outros destinos", diz Miguel Violante.
MBN Group
Já Sérgio Barbosa, CEO do MBN Group, de Paços de Ferreira, esteve pela quarta vez na feira, numa aposta de médio a longo prazo na região, e mostra-se convicto de que este será um mercado de futuro, com grandes potencialidades. "Não apanhamos a primeira fase do crescimento do Dubai, mas queremos apanhar o comboio do desenvolvimento que continua a ser feito", frisa. Na fábrica, aguarda aprovação de um projeto de automação submetido ao PT2030, com um investimento de 1,8 milhões de euros.
Luís Leão e Sylvie Goncalves Luís Leão, presença na feira nos últimos anos, apresentou este ano duas marcas novas, a Foz Furniture e a Fake-Not for Everyo- ne. Está à procura de designers de interior e arquitetos que ajudem à divulgação das marcas. Também Sylvie Gonçalves, safes manager da Casa Magna, assume que a empresa gostaria de ter uma representação local, que desse maior visibilidade à marca, com um showroom. No entretanto, vai trabalhando os vários contactos que têm vindo a ser consolidados.
Laskasas
Por fim, destaque para a LasKasas, marca portuguesa que conta já com dois parceiros no Dubai, com espaços de exposição multimarca, posicionamento que será reforçado, nas próximas semanas, com a presença num outro showroom, mas em Dona, no Catar. O Médio Oriente representa 30% da faturação da LasKasas a par com a Europa, explica Hugo Oliveira, responsável pelos mercados do Dubai, Abu Dahbi, Jordânia e Koweit.
A comitiva portuguesa foi visitada pelo embaixador de Portugal nos Emirados Árabes Unidos, Fernando D'Orey de Brito e Cunha Figueirinhas, que fala num "mercado de referência", com "potencialidades enormes" para as empresas portuguesas. "Temos estado a dar um grande apoio às várias associações que trazem aqui empresas, só no ano passado tivemos aqui cerca de 100, e este é um caminho que vamos continuar", frisa.