De acordo com o Executive Digest, nos primeiros sete meses de 2024, as energias renováveis contribuíram com mais de 83% para a geração dos 28.458 GWh de eletricidade em Portugal Continental. Este número representa um aumento de 14,2 pontos percentuais em comparação com o mesmo período do ano passado, juntamente com uma redução de mais de 15% na produção de eletricidade fóssil.
Segundo o Boletim Eletricidade Renovável elaborado pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), a queda na produção de eletricidade a partir de fontes fósseis deve-se principalmente à diminuição na utilização de gás natural e ao crescimento da energia hídrica, que agora representa 38,3% da eletricidade consumida no país.
A APREN destacou os resultados positivos da produção de eletricidade em Portugal Continental no período de janeiro a julho de 2024, evidenciando o compromisso do setor com a transição energética e o seu impacto na mitigação das alterações climáticas.
Durante o mês de julho de 2024, a incorporação de energia renovável foi de 77,1%, totalizando 2.309 GWh dos 2.993 GWh produzidos. Apesar de uma diminuição de 5,6% em relação a julho de 2023, houve um aumento significativo na produção hídrica e solar, com aumentos de 12,7 e 8,1 pontos percentuais, respetivamente.
A tecnologia eólica foi a principal fonte de produção energética em julho, representando 25,6% da eletricidade produzida. A energia hídrica registou o maior número de horas de fecho de mercado, com 1.988 horas não consecutivas, enquanto outras formas de energia renovável foram responsáveis por 29,4% da produção, somando 1.383 horas.
“Os primeiros sete meses do ano ficam marcados pela descida acentuada da produção de eletricidade fóssil, alavancada pela queda no gás natural, que passou a representar quase um quarto do registado no ano passado, mas, sobretudo, pelo fortalecimento das fontes de energia renováveis, como a solar e a hídrica, que, juntas, garantiram um aumento de 15% da representação renovável na geração de eletricidade em Portugal. Este desempenho notável reflete um avanço positivo no caminho da transição energética” destaca Pedro Amaral Jorge, CEO da APREN.
De 1 a 30 de junho, Portugal ficou na quarta posição de entre os países considerados com maior incorporação renovável na Europa, tendo alcançado o valor de 83,8%. Ficou atrás da Noruega, Áustria e Dinamarca, que obtiveram 98,9%, 85,4% e 83,8% respetivamente.
Entre 1 de janeiro e 31 de julho, o preço médio horário no Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL) em Portugal foi de 44,3 €/MWh, uma redução de 50,9% em comparação com o mesmo período do ano passado. Durante esse período, houve 1.627 horas não consecutivas em que a geração renovável foi suficiente para suprir o consumo de eletricidade de Portugal Continental, com um preço horário médio de 35,1 €/MWh no MIBEL.