Portugal mudou ao longo das últimas cinco décadas. Foram implementadas transformações estruturais nas esferas económica, social e política. Do ponto de vista ambiental, o país também evoluiu de uma quase ausência de preocupações para um perfil de ‘bom aluno’ da sustentabilidade, um país que segue as boas práticas internacionais e que hoje se posiciona no 18º lugar no ranking mundial do desenvolvimento sustentável.
Se o ano de 1974 marcou o início de um período de transição para a democracia, foi a integração na então designada Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1986, que delimitou o início de uma nova fase na história económica do país. Contudo, e à semelhança de padrões evidencia dos noutros países da União Europeia (UE), começaram também a surgir preocupações relativamente ao perfil de dependência económica em determinados setores. Sobretudo a partir de finais da década de 1990, tornaram-se visíveis as crescentes desigualdades sociais e a preocupação com a sustentabilidade ambiental, advinda da proliferação de práticas nocivas para as sociedades e para a própria economia.
A crise económica e financeira mundial iniciada em 2008 trouxe para a Europa, e para Portugal em particular, consequências profundas, dando o mote para a introdução de políticas de austeridade e de reformas estruturais para restaurar a sustentabilidade financeira do país. Tornava-se, neste contexto, ainda mais premente a necessidade de implementar estratégias de desenvolvimento que encarassem de forma integrada a dimensão económica, a dimensão social e a dimensão ambiental. Por esta razão, sobretudo ao longo da última década, e mais recentemente, como resposta aos desafios da pandemia Covid-19, Portugal tem vindo a apostar na transição para uma economia mais verde, inclusiva e sustentável.