Se o desempenho da economia portuguesa fosse pelo menos igual ao desempenho das empresas exportadoras, estaríamos, como país, muito melhor, afirma Gonçalo Lobo Xavier.
As empresas que investem e ganham escala são as que conseguem crescer. As exportadoras são o motor dessa mudança.
O ano de 2024 foi um exercício de resistência e adaptação para as empresas portuguesas, em particular para as exportadoras. Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED) e membro do júri dos Prémios Exportação & Internacionalização, uma iniciativa organizada pelo Novo Banco e pelo Jornal de Negócios, em parceria com a Iberinform, resume-o como um ano de desafios e de resiliência, lembrando que as principais dificuldades estiveram relacionadas com as consequências da guerra na Ucrânia nos preços da energia, das matérias-primas e do transporte.
A resiliência passou pela busca de soluções e alternativas que implicaram esforço, investimento e capacidade de adaptação. Ainda assim, como Gonçalo Lobo Xavier sublinha, as empresas aguentaram-se, mas tiveram muita dificuldade em crescer nos seus diversos segmentos.
Gonçalo Lobo Xavier, que já trabalhou em sectores fundamentais da economia portuguesa como a metalomecânica, mas também a cerâmica, o têxtil e o calçado, não se surpreende com a trajetória positiva das empresas portuguesas. Esta observação permanente leva-o a dizer que tem havido uma alteração substancial na gestão das empresas. Mas esta maior capacidade de gestão e de investimento confronta-se com uma concorrência cada vez mais feroz de empresas de outras geografias e que não têm, digamos, os mesmos princípios que a Europa tem. Isto tem um preço, que é a perda de competitividade e de time to market.
Conclui que a economia é resiliente, mas poderia ter uma performance muito melhor com algumas mudanças que ainda estão por fazer, na área laboral, de retenção de talento e de valorização salarial, afirma.
Domínio de empresas maduras
Luís Palha da Silva, presidente executivo da Pharol SGPS e membro do júri dos Prémios Exportação & Internacionalização, reconhece que as estatísticas globais das exportações confirmam uma certa desaceleração do comércio internacional, consequência das desafiantes condições geopolíticas com origem em muitos epicentros que conhecemos. Portugal é uma economia aberta e dependente do exterior, por isso sofre dessa mesma desaceleração.
É gratificante ver PME com 30 ou 40 colaboradores e com volumes de negócios de 10 ou 12 milhões de euros a exportarem a quase totalidade do seu volume de negócios.
Luís Palha da Silva, Presidente Executivo da Pharol SGPS e Membro do Júri dos Prémios Exportação & Internacionalização
O que sobressai é a solidez das empresas premiadas. Quando olhamos para os rankings das exportadoras que nos servem de base à atribuição dos prémios, continuamos a ver, como em anos anteriores, excelentes empresas, com bons indicadores económico-financeiros e com elevadíssimas proporções das exportações nos seus volumes de negócios, explica Luís Palha da Silva. Um dos aspetos mais marcantes da edição de 2024, segundo o membro do júri, foi o domínio das empresas mais maduras. As mais pequenas e recentes não se destacam tanto como em anos anteriores; os primeiros lugares dos rankings são ocupados por empresas que já competem há mais tempo nos mercados internacionais, afirma Luís Palha da Silva. São empresas que, tendo passado por crises, diversificaram os seus mercados e alargaram a sua base de clientes, conseguindo atenuar a quebra de negócios em geografias mais afetadas pela situação geopolítica.
Os campeões nacionais
Se grande parte das exportações nacionais tem origem em algumas das grandes empresas e multinacionais, Luís Palha da Silva destaca que Portugal tem uns milhares de PME que são verdadeiros campeões nacionais. Considera que espalham pelo mundo os produtos de setores tradicionais portugueses, muitas vezes adaptados às novas realidades de mercado e tecnologias e com maior valor acrescentado, e conseguem competir com os melhores do mundo.
É gratificante ver PME com 30 ou 40 colaboradores e com volumes de negócios de 10 ou 12 milhões de euros a exportarem a quase totalidade do seu volume de negócios, sublinha Luís Palha da Silva. Estas PME são merecedoras dos maiores elogios, pois a forma como estão geograficamente espalhadas pelo território nacional, como atraem mão de obra qualificada para o interior, como inovam a partir de qualquer região do país, elevam-nas à categoria de verdadeiros motores de desenvolvimento da nossa economia.
O CEO da Pharol reconhece que as empresas nacionais estão muito melhor em 2024 do que estavam em 2012. A resiliência construída ao longo de várias crises desde o subprime em 2008 à Troika em 2012, da pandemia em 2020 à guerra em 2023, consolidou uma nova geração de empresas com espírito de conquista.
Os prémios Exportação & Internacionalização em números
Vencedores 159 empresas
Menções Honrosas 64 empresas
Total 223 prémios
Empresas Mais Premiadas como Vencedoras
Quatro prémios
Mota-Engil (2011, 2013, 2020)
Três prémios
Vision Box / Vision-Box (2012, 2014, 2017); Amorim & Irmãos / Amorim (2012, 2013, 2016) e Grestel (2012 menção, 2013, 2023)
Dois prémios
Tekever ASDS (2017, 2018), WeDo Technologies (2014, 2015), Casa Santos Lima (2015, 2019), Feedzai (2017, 2022), BA Glass Portugal (2019, 2024), Hovione (2012, 2020), Simoldes (2020, 2024) e Sidónios (2014, 2023)
Empresas de menção honrosa para vencedora
Pavigrés (2014 menção; 2016 vencedor), Berd (2011 menção; 2016 vencedor), Fapricela (2016 menção; 2023 vencedor), Sogrape Vinhos (2013 menção ? 2022 vencedor) e Grestel (2012 menção, 2013 vencedor e 2023 vencedor)
Empresas vencedoras e com menções honrosas
Cotesi (2011 - ambas), Efacec (2011 - ambas), Indasa (2011 vencedor, 2017 menção) e Critical Manufacturing (2012 vencedor, 2022 menção).
As empresas que investem e ganham escala são as que conseguem crescer. As exportadoras são o motor dessa mudança.
O ano de 2024 foi um exercício de resistência e adaptação para as empresas portuguesas, em particular para as exportadoras. Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED) e membro do júri dos Prémios Exportação & Internacionalização, uma iniciativa organizada pelo Novo Banco e pelo Jornal de Negócios, em parceria com a Iberinform, resume-o como um ano de desafios e de resiliência, lembrando que as principais dificuldades estiveram relacionadas com as consequências da guerra na Ucrânia nos preços da energia, das matérias-primas e do transporte.
A resiliência passou pela busca de soluções e alternativas que implicaram esforço, investimento e capacidade de adaptação. Ainda assim, como Gonçalo Lobo Xavier sublinha, as empresas aguentaram-se, mas tiveram muita dificuldade em crescer nos seus diversos segmentos.
Gonçalo Lobo Xavier, que já trabalhou em sectores fundamentais da economia portuguesa como a metalomecânica, mas também a cerâmica, o têxtil e o calçado, não se surpreende com a trajetória positiva das empresas portuguesas. Esta observação permanente leva-o a dizer que tem havido uma alteração substancial na gestão das empresas. Mas esta maior capacidade de gestão e de investimento confronta-se com uma concorrência cada vez mais feroz de empresas de outras geografias e que não têm, digamos, os mesmos princípios que a Europa tem. Isto tem um preço, que é a perda de competitividade e de time to market.
Conclui que a economia é resiliente, mas poderia ter uma performance muito melhor com algumas mudanças que ainda estão por fazer, na área laboral, de retenção de talento e de valorização salarial, afirma.
Domínio de empresas maduras
Luís Palha da Silva, presidente executivo da Pharol SGPS e membro do júri dos Prémios Exportação & Internacionalização, reconhece que as estatísticas globais das exportações confirmam uma certa desaceleração do comércio internacional, consequência das desafiantes condições geopolíticas com origem em muitos epicentros que conhecemos. Portugal é uma economia aberta e dependente do exterior, por isso sofre dessa mesma desaceleração.
É gratificante ver PME com 30 ou 40 colaboradores e com volumes de negócios de 10 ou 12 milhões de euros a exportarem a quase totalidade do seu volume de negócios.
Luís Palha da Silva, Presidente Executivo da Pharol SGPS e Membro do Júri dos Prémios Exportação & Internacionalização
O que sobressai é a solidez das empresas premiadas. Quando olhamos para os rankings das exportadoras que nos servem de base à atribuição dos prémios, continuamos a ver, como em anos anteriores, excelentes empresas, com bons indicadores económico-financeiros e com elevadíssimas proporções das exportações nos seus volumes de negócios, explica Luís Palha da Silva. Um dos aspetos mais marcantes da edição de 2024, segundo o membro do júri, foi o domínio das empresas mais maduras. As mais pequenas e recentes não se destacam tanto como em anos anteriores; os primeiros lugares dos rankings são ocupados por empresas que já competem há mais tempo nos mercados internacionais, afirma Luís Palha da Silva. São empresas que, tendo passado por crises, diversificaram os seus mercados e alargaram a sua base de clientes, conseguindo atenuar a quebra de negócios em geografias mais afetadas pela situação geopolítica.
Os campeões nacionais
Se grande parte das exportações nacionais tem origem em algumas das grandes empresas e multinacionais, Luís Palha da Silva destaca que Portugal tem uns milhares de PME que são verdadeiros campeões nacionais. Considera que espalham pelo mundo os produtos de setores tradicionais portugueses, muitas vezes adaptados às novas realidades de mercado e tecnologias e com maior valor acrescentado, e conseguem competir com os melhores do mundo.
É gratificante ver PME com 30 ou 40 colaboradores e com volumes de negócios de 10 ou 12 milhões de euros a exportarem a quase totalidade do seu volume de negócios, sublinha Luís Palha da Silva. Estas PME são merecedoras dos maiores elogios, pois a forma como estão geograficamente espalhadas pelo território nacional, como atraem mão de obra qualificada para o interior, como inovam a partir de qualquer região do país, elevam-nas à categoria de verdadeiros motores de desenvolvimento da nossa economia.
O CEO da Pharol reconhece que as empresas nacionais estão muito melhor em 2024 do que estavam em 2012. A resiliência construída ao longo de várias crises desde o subprime em 2008 à Troika em 2012, da pandemia em 2020 à guerra em 2023, consolidou uma nova geração de empresas com espírito de conquista.
Os prémios Exportação & Internacionalização em números
Vencedores 159 empresas
Menções Honrosas 64 empresas
Total 223 prémios
Empresas Mais Premiadas como Vencedoras
Quatro prémios
Mota-Engil (2011, 2013, 2020)
Três prémios
Vision Box / Vision-Box (2012, 2014, 2017); Amorim & Irmãos / Amorim (2012, 2013, 2016) e Grestel (2012 menção, 2013, 2023)
Dois prémios
Tekever ASDS (2017, 2018), WeDo Technologies (2014, 2015), Casa Santos Lima (2015, 2019), Feedzai (2017, 2022), BA Glass Portugal (2019, 2024), Hovione (2012, 2020), Simoldes (2020, 2024) e Sidónios (2014, 2023)
Empresas de menção honrosa para vencedora
Pavigrés (2014 menção; 2016 vencedor), Berd (2011 menção; 2016 vencedor), Fapricela (2016 menção; 2023 vencedor), Sogrape Vinhos (2013 menção ? 2022 vencedor) e Grestel (2012 menção, 2013 vencedor e 2023 vencedor)
Empresas vencedoras e com menções honrosas
Cotesi (2011 - ambas), Efacec (2011 - ambas), Indasa (2011 vencedor, 2017 menção) e Critical Manufacturing (2012 vencedor, 2022 menção).