Carlos Abade está confiante que 2025 vai ser novamente um ano recorde em termos de turismo. "Trabalhar muito em valor acrescentado e não tanto em volume" é a tendência, diz.
O presidente do Turismo de Portugal revela que, no próximo ano, irá abrir delegações na Costa Leste dos Estados Unidos; no México; na Coreia do Sul, para potenciar a rota direta que existe, e na Austrália. A China, o Japão e a Argentina são outros mercados que Portugal vai trabalhar para atrair turistas com estadias mais prolongadas.
Carlos Abade está convencido que 2025 vai ser novamente um ano recorde em termos de turismo. “Os números que temos apontam que, em receitas de turismo, estamos a crescer cerca de 5,5%, face ao ano passado”, sublinha o responsável no ECO dos Fundos, o podcast quinzenal do ECO sobre fundos europeus. “Significa que o turismo continua a ter uma capacidade de posicionamento, de entrar em mercados, sobretudo de maior valor acrescentado, que estamos a trabalhar muito mais em receita do que em número de dormidas.
“Trabalhar muito em valor acrescentado e não tanto em volume” é a tendência que o Turismo de Portugal quer “acentuar cada vez mais para o futuro”, concluiu.
Quais é que são os mercados em que Portugal quer apostar para trazer mais turistas?
Queremos apostar cada vez mais no mercado interno. Muitas vezes não falamos tanto do mercado interno. É o nosso primeiro mercado, cerca de 30%. Temos de dialogar, cada vez melhor, com os portugueses, para que conheçam mais o território nacional. Tem sido um processo. Mas queremos incrementar esta relação e este compromisso entre o turismo e as comunidades, que implica, por um lado, sermos cada vez melhores para as comunidades, mas também, beneficiar deste fluxo das comunidades pelo nosso território.
Ao nível de mercados externos, temos um conjunto de mercados que são estratégicos, ao longo dos anos têm estado connosco de uma forma bastante assertiva, como: o Reino Unido, França, Espanha, Países Baixos, Alemanha. E os Estados Unidos, onde vamos continuar a fazer um esforço muito significativo, pois é hoje um dos nossos principais mercados. Em Lisboa e no Porto é o principal. Estamos neste momento a fazer duas ações.
Quais?
Uma primeira é reforçar do lado de São Francisco. Temos trabalhado muito a zona de Nova Iorque, até porque temos lá um escritório, mas vamos agora também ter um novo escritório em São Francisco. E vamos trabalhar o México e a Argentina. Consideramos que, do ponto de vista da capacidade de progressão, de evolução, no segmento de mercado onde podemos chegar, para visitar Lisboa, é particularmente positivo. Vamos crescer em valor e não em volume.
Por outro lado, vamos reforçar o investimento também no mercado asiático, quer do lado da China, que já é o primeiro mercado emissor a nível mundial, e vai duplicar até 2040. É verdade que grande parte fica no mercado asiático, mas outra parte vem para a Europa. Queremos trabalhar quer a China, quer o Japão, quer a Coreia do Sul. Por essa razão vamos abrir um escritório específico na Coreia do Sul em resultado do voo direto.
Quando vai ser aberto?
Em 2026. Mas só para lhe dar aqui um exemplo de como a questão das rotas podem facilitar a forma de chegar a Portugal. O mercado da Coreia do Sul, neste momento, está a crescer 36% face ao ano anterior. O que significa que a colocação de uma rota direta veio incrementar muito aquilo que foi a ligação entre a Coreia do Sul e Portugal. Coreia do Sul não procura só o turismo religioso, mas também outras dimensões de turismo cultural, que para nós é importante trabalhar nesta lógica de trabalharmos em valor acrescentado e não em volume. Mas vamos também trabalhar o mercado da Austrália, que é um mercado que tem vindo a crescer e que onde queremos também agora ser mais assertivos. Por isso vamos abrir também lá um escritório na Austrália, em 2026.
Resumindo, em 2026 vão abrir um escritório na Coreia do Sul, na Austrália. Haverá outros?
No México. E na costa leste dos Estados Unidos.