Portugal continua a ser um destino de eleição para a compra de casas luxuosas, tendo sido considerado o sétimo mercado residencial de luxo mais internacional da Europa no The Wealth Report 2023 da Knight Frank. Mas quem é que compra mais casas de luxo no nosso país? Os principais proprietários estrangeiros são os britânicos, seguidos dos franceses. Além disso, os nómadas digitais também têm sido responsáveis por dinamizar este mercado nos últimos anos.
De acordo com o The Wealth Report 2023 - o relatório anual da consultora internacional Knight Frank que oferece uma perspetiva sobre a riqueza mundial , os imóveis ‘prime’, investimento e sobre as tendenciais mundiais – “a França tem o mercado residencial de luxo mais internacional da Europa”, seguido pela Espanha, Itália, Reino Unido e Grécia. Nesta lista que reúne os 10 mercados residências ‘prime’ mais internacionais no espaço europeu, Portugal aparece em sétimo lugar.
10 mercados residenciais 'prime' mais internacionais da Europa
1. França
2. Espanha
3. Itália
4. Reino Unido
5. Grécia
6. Suíça
7. Portugal
8. Croácia
9. Irlanda
10. Alemanha
Olhando para os países de origem dos proprietários de casas de luxo em Portugal, o mesmo relatório indica que quem possui mais habitações no segmento alto no nosso país são os estrangeiros oriundos do Reino Unido, França, Países Baixos, EUA e Espanha. A completar a lista estão os indianos e os brasileiros.
No inquérito levado a cabo no âmbito deste relatório – que contou com 500 participantes entre bancos privados, consultores, intermediários e “family offices” -, a Knight Frank questionou onde seria mais provável comprar uma nova casa. Os participantes europeus admitiram que se considerassem adquirir uma nova habitação seria mais provável procurarem em Espanha, nos EUA, França, Itália e em Portugal. Já os americanos veem com maior probabilidade adquirir uma nova habitação nos EUA e logo a seguir em Portugal.
Mercado residencial de luxo em Portugal: quem são os principais proprietários?
1. Reino Unido
2. França
3. Países Baixos
4. EUA
5. Espanha
6. índia
7. Brasil
O que tem Portugal que tanto atrai os estrangeiros (e empresas de tecnologia)?
Há um tipo de comprador que tem dados nas vistas no mercado residencial de luxo em Portugal. “Os mercados costeiros de Itália, França e Portugal oferecem um estilo de vida que a maioria das pessoas procurou durante a pandemia”, por apresentarem um baixo custo de vida e um acesso relativamente fácil, detalha o relatório The Wealth Report 2023.
Em concreto, “Portugal tem assistido à chegada de muitos jovens com rendimentos altos nos últimos anos – como surfistas que trabalham no setor tecnológico nos EUA, por exemplo”. O relatório destaca que a chegada de nómadas digitais ao nosso país revela “poucos sinais de abrandamento” e adianta ainda que “muitas empresas de tecnologia estão a abrir escritórios em Lisboa, pelo que o mercado parece preparado para atrair um número ainda maior de investidores entre 2023 e 2024”.
Mas a Knight Frank alerta que o “crescimento de nómadas digitais será limitado por regras fiscais”. “Embora os trabalhadores possam ser atraídos pela ideia de mudar o seu computador de uma mesa em Frankfurt para uma mesa num café em Lisboa, as suas empresas podem não estar tão ansiosas”, começa por explicar no relatório. “Os freelancers e os trabalhadores por conta própria têm pago o preço pela mudança até agora, enfrentando complicações fiscais, questões de segurança social e considerações legais no trabalho que têm limitado a sua liberdade enquanto trabalhadores”, acrescentam ainda.
Embora os países de destino estejam interessados simplificar as regras fiscais – como é o caso de Portugal que criou um visto para nómadas digitais –, promover a cooperação dos países de onde vêm estes trabalhadores remotos poderá ser “mais desafiador”, sublinham no documento.
A verdade é que a obtenção de passaportes, vistos e cidadanias é um ponto chave para estimular a mobilidade global dos investidores ricos. Portugal e Espanha são apontados no relatório como países que estimulam os programas de vistos para investidores. Mas a realidade está a mudar: está em cima da mesa o fim dos vistos gold no nosso país, embora continuem a existir os vistos para nómadas digitais e os start-up visa, que pretendem atrair empreendedores estrangeiros, por exemplo.