De acordo com o relatório NIESR, existem razões para otimismo relativamente ao crescimento do PIB do Reino Unido. A projeção sugere um crescimento de 0,1 por cento no primeiro trimestre de 2023, seguido de um crescimento adicional de 0,3 por cento no segundo trimestre.
A inflação continua a ser uma preocupação no Reino Unido, especialmente devido ao aumento dos preços dos produtos alimentares. A inflação de base (core inflation), que exclui os produtos alimentares e outros bens cujos preços são muito voláteis, manteve-se estável em março, nos 6,2 por cento.
Relativamente à atividade comercial, a depreciação da libra esterlina face ao dólar pode ajudar a aumentar as exportações e reduzir as importações, melhorando potencialmente a balança comercial. Adicionalmente, a reabertura da China deverá motivar aumentos da procura nesta região, podendo fomentar as exportações britânicas. O NIESR antecipa que a balança comercial do Reino Unido passe a ser excedentária no quarto trimestre de 2023, motivado pelos movimentos da taxa de câmbio e redução das importações de energia.
O “Global Outlook” da NIESR descreve a situação económica mundial. É referido o abrandamento que se registou na segunda metade de 2022, em especial na indústria transformadora e recuperação observada no primeiro trimestre de 2023, nas economias ocidentais, devido, em larga medida, ao setor dos serviços. Os Estados Unidos registaram um crescimento mais forte do PIB no segundo semestre de 2022, enquanto vários países da Europa viram o PIB diminuir durante o mesmo período.
Segundo o relatório, o comércio mundial deverá crescer apenas 2,4 por cento e 2,5 por cento em 2023 e 2024, respetivamente, devido ao fraco crescimento económico mundial.
A China e a Índia lideram com um crescimento do PIB superior a 5% em 2023. A economia chinesa beneficia de um impulso pós-Covid a curto prazo em 2023, apoiado por um forte crescimento das vendas a retalho e da produção industrial, bem como pela recuperação das exportações. A recente alteração da política da China em matéria de Covid deverá reduzir os estrangulamentos nas cadeias de abastecimento mundiais e a sua recuperação poderá dar algum apoio à economia mundial.
Já o crescimento da economia indiana está alavancado nas despesas do governo em infraestruturas e numa política monetária acomodatícia.
Os principais riscos para 2023 são ainda a inflação, o aumento das taxas de juro e a fragilidade financeira.
Fontes: National Institute of Economic and Social Research (NIESR), FMI